O encerramento do exercício fiscal é, tradicionalmente, o período de maior pressão para os departamentos contábeis e fiscais.
Com a chegada de 2026 e a implementação de novas diretrizes — como as recentes mudanças na tributação de dividendos trazidas pela Lei nº 15.270/2025 — a margem para equívocos tornou-se ainda menor. Um erro no fechamento de dezembro não significa apenas um balanço impreciso, mas o risco real de multas pesadas e problemas com o Fisco.
Abaixo, listamos os deslizes mais comuns e como blindar a contabilidade da empresa neste fim de ano.
1. Descompasso entre o Fluxo de Caixa e a Competência
Um dos erros mais recorrentes é a confusão entre o regime de caixa e o de competência. O fechamento exige que todas as receitas e despesas sejam reconhecidas no período em que ocorreram, independentemente do pagamento.
O risco: ignorar provisões de férias, 13º salário ou faturas de serviços prestados em dezembro que só serão pagas em janeiro distorce o lucro real e pode levar ao pagamento indevido de impostos.
2. Falhas na conciliação bancária e de estoque
A conciliação é a espinha dorsal de um fechamento seguro. Divergências entre o saldo bancário e o registro contábil costumam esconder tarifas omitidas ou depósitos não identificados.
No estoque, a falta de um inventário físico rigoroso no dia 31 de dezembro pode gerar inconsistências no Custo das Mercadorias Vendidas (CMV).
Dica de ouro: Realize o inventário rotativo e confronte as notas fiscais de entrada com o que fisicamente entrou no galpão.
3. Classificação incorreta de bens e ativos
Com a modernização das normas contábeis, a depreciação de ativos precisa estar rigorosamente atualizada. Deixar de revisar a vida útil dos bens ou classificar despesas de manutenção como “investimento em ativo imobilizado” (ou vice-versa) compromete a fidedignidade do Balanço Patrimonial.
4. Nova armadilha: Distribuição de lucros e dividendos
Em virtude das discussões recentes sobre a Lei 15.270/2025, a atenção à reserva de lucros deve ser redobrada. O erro aqui reside em distribuir valores sem que haja lucro contábil efetivo ou sem observar as novas exigências de aprovação antecipada que estão sendo questionadas judicialmente.
Alerta: A Receita Federal intensificou o cruzamento de dados através da ECF (Escrituração Contábil Fiscal), tornando quase impossível esconder distribuições desproporcionais.
5. Esquecimento de obrigações acessórias subsequentes
O fechamento não termina no balancete. O contador deve estar atento ao cronograma de entrega da DCTF, EFD-Contribuições e as demais obrigações que derivam dos números fechados em dezembro.
Checklist para um Fechamento Seguro
| Área | Ação Essencial |
| Bancos | Validar todos os extratos contra os lançamentos do sistema. |
| Fiscal | Verificar se todas as Notas Fiscais de serviços tomados foram escrituradas. |
| RH | Provisionar encargos sobre a folha de pagamento de dezembro. |
| Patrimônio | Aplicar as taxas de depreciação e realizar o teste de impairment (recuperabilidade). |
Tecnologia como Aliada
Especialistas concordam que o uso de ERPs integrados reduz em até 70% as falhas humanas no fechamento. A automação permite que a conciliação ocorra diariamente, evitando o acúmulo de trabalho e o “apagão” de informações na última semana do ano.
Para 2026, a palavra de ordem é antecipação. Com o fisco cada vez mais digital e o STF debatendo novas regras de tributação, o contador que deixa o fechamento para a última hora não arrisca apenas o seu registro profissional, mas a saúde financeira de seus clientes.
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